A Páscoa na minha Terra
Na minha vila de Loureiro, a Páscoa ainda guarda as tradições de outrora.
Logo pelas 8 h da manhã, estoiram os foguetes, a anunciar que o compasso vai sair, vai começar a percorrer os vários lugares da freguesia.Saem sete ou oito cruzes, e o senhor abade vai a um lugar, para o ano vai a outro.
Então na minha rua, foi um leigo que representava o senhor abade, outro traz a cruz, outro o saco para levar o envelope com a folar para o sr. Abade, e não podemos esquecer o rapaz , que quase sempre é um acólito que traz a campainha, e vai fazendo anunciar, a chegada do compasso com o seu dlim,dlim,dlim, e assim entram nas casas que querem receber a cruz, que estão assinaladas, com verdes e flores à entrada.
Entram lêem uma oração a anunciar a Ressureição de Cristo, e depois dão a cruz a beijar ao agregado familiar de cada casa.
Por vezes ainda bebem um cafézinho e comem pão de ló, ou um cálice de vinho do Porto, mas em minha casa não é costume. O senhor do saco recolhe o envelope e lá prosseguem a visita Pascal.
Gosto deste ritual, mas tinha mais significado quando a visita era feita pelos padres. Agora como há menos vocações, não podem estar em todo o lado.
De qualquer forma ainda senti que a tradição faz sentido.
Depois houve o almoço em família ,mas este ano mais pobre em presenças, pois o patriarca, já partiu, mas estava presente em nossos corações.
Hoje há no Largo de Alumieira o "Saltar o rego", corridas de cavalos, numa das ruas do centro e uma feira, onde se juntam centenas e centenas de pessoas.
Eu, fiquei aqui...