A CASA
Antes que deitassem a casa abaixo, tirei-lhe umas fotos.
Foi há 54 anos que vivi nesta casa. Era pequenina mas lembro-me de muitas vivências.
A casa tinha um quintal, grande, árvores de fruto, e um poço com uma grande roda que tinha uma manivela , que se utilizava para tirar água.
Então a minha avó paterna, a avó Prudência, tinha as jornaleiras, que vinham semear batatas, sacha-las, tirá-las, e o que me ficou na ideia destes dias é o pastelão, que a minha avó fazia para a merenda.
E era assim: Batia ovos inteiros numa tigela, juntava bacalhau lascado, cebola, salsa, tudo picadinho, e dpois ia à frigideira.
Mas, ela virava a (omolete) , tão bem! Depois, metia-a num prato que já tinha broa ralada, e colocava em cima, com azeitonas à volta!Hemmmm, até parece, que ainda sintoo cheirinho!
Isto era a merenda das jornaleiras, e uma caneca de vinho, que a minha avó, ia buscar ao pipo, que estava na adega.
Outra das coisas que me lembro, é de estar na janela lateral, do andar de cima, a cantar, enquanto esperava o meu pai, que vinha do trabalho.
Eu cantava: Já passei a roupa a ferro,
Já passei o meu vestido,
Amanhã vou-me casar ,
O Manel é meu marido!
E não é que é mesmo!
As coisas que me lembro, desta casa, não são só coisas boas, não!
Um dia estava eu e a minha irmã, mais nova que eu dezassete meses,ao portão, (era Sábado), e passavam carros de bois, com as mercadorias, que levavam para o mercado, neste caso iam de regresso a casa, e a minha irmã toca com um pauzito na perna do boi,... ele deu-lhe um coice, ela caiu, ficou mal.Mas, com o tempo tudo parecia bem, só que ao fim de meia dúzia de anos teve que ser operada, à perna para tirar o sangue pisado que lá tinha ficado.Mas, a minha irmã está bem ! É a minha companheira, Amiga,é a minha Tinó!
Imaginem onde estas fotos me levaram.
