Há dias, ou anos , na nossa Vida, que pelas emoções sentidas, boas ou más nunca esquecemos.
Assim, aconteceu com o marido da minha Amiga, o que originou a viagem a Viseu , Canas de Senhorim e Carvalhal Redondo.
Há quarenta anos ,este jovem como tantos outros , a maioria dos que nasceram na década de quarenta e cinquenta, foram todos ,lutar na Guerra do Ultramar.
Neste caso em Angola, numa zona operacional, onde passou por grande sofrimento e situações de risco elevado, onde um Amigo, lhe valeu em tantas situações , que eram recíprocas pois estavam ambos no mesmo sofrimento, onde só eles, o poderão sentir, de tal forma que só as lembranças o levam às lágrimas.
Então com o decorrer dos anos , e de nunca mais ter sabido nada, do seu amigo, mesmo no Encontro Anual da Companhia, resolveu ir à direcção , que estava registada na altura do destacamento.
E lá fomos , à procura do Amigo que não se sabe nada! Será que está Bem? Vivo?
São interrogações que se colocam, e que fazem vir à flor da pele, todas as vivênias que se manteve com aquele que se quer rever.
Conseguimos , saber que tem habitação em Carvalhal Redondo, mas que está na Alemanha a trabalhar.
Deixámos o contacto a um sobrinho, depois de termos andado por aquelas lindas ruelas destes locais da Beira Alta.
Ele virá à sua terra em Julho ou Agosto e nessa altura lá estará o meu Amigo para dar aquele abraço, forte , acompanhado de lágrimas, pois só o recordar, este que procura fica emocionado.
Eu sei bem o que os nossos homens lá passaram ,pois o meu marido também foi um deles, e vejo a emoção e alegria que sente ao encontrar os Amigos de dias terríveis, só eles o entenderão pois o viveram juntos, numa guerra que nunca foi bem explicada aos que dela fizeram parte, e nunca foram valorizados os anos da junventude que lá passaram.
Mas, depois da notícia fomos passear,por Viseu e foi uma tarde escaldante em temperatura e fantástica em caminhadas por toda a cidade de Viseu.