miilay

" Dai-me, Senhor, a perseverança das ondas do mar, que fazem de cada recuo um ponto de partida, para um novo avanço"Gabriela Mistral, poetisa

Quarta-feira, 31 de Março de 2010

DESEJOS VÃOS

Eu queria ser o Mar de altivo porte

Que ri e canta, a vastidão imensa!

Eu queria ser Pedra que não pensa,

A pedra do caminho, rude e forte!

 

Eu queria ser Sol, a luz intensa,

O bem do que é humilde e não tem sorte!

Eu queria ser árvore tosca e densa

Que ri do mundo vão e até da morte!

 

Mas o Mar também chora de tristeza...

As árvores também como quem reza,

Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!

 

E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,

Tem lágrimas de sangue na agonia!

E as Pedras...essas... pisa-as toda a gente!...

 

FLORBELA ESPANCA 

publicado por miilay às 15:03
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A PÁSCOA NA MINHA TERRA -2

A Páscoa na minha terra-2

 

Para além do domingo de Páscoa, na minha terra, a segunda-feira, é um dia com muita tradição.

 

Desde que há memória" Saltar o rego" constitui a parte profana, popular, no tempo sagrado da Páscoa.

Neste dia, à tarde o largo principal da freguesia, de Loureiro é pequeno para acolher os visitantes, que vêm ver as corridas de cavalos.

Numa das ruas, que envolvem o largo, é definido um ponto de partida e a meta.

Então os cavaleiros inscritos correm de um ponto ao outro e ganha o que fizer o melhor tempo.

São centenas e centenas de pessoas que ladeiam esta rua, para verem estas corridas.

Faça chuva ou faça sol, as pessoas não desistem, pois gostam imenso de ver estas participações equestres.

Todo o largo envolvente, está recheado de vendedores, de vários artigos, é uma autêntica feira, onde não faltam os petiscos, e os carrinhos eléctricos.

Também há o concerto da Banda de Música no coreto.É uma participação de excelente qualidade.

É uma Banda com existência secular.

É um orgulho ver, que no presente, a maioria dos músicos, que a compõem são jovens, o que nos dá a esperança que irá continuar a deliciar os seus apreciadores, por muitos e muitos anos.

Mas o "Saltar o rego" nem sempre foi assim e como surgiu esta tradição?

Voltemos aos "Guardadores de memórias", os mais antigos do lugar que transmitem o que sabem:"

Já o meu avô ouvia do dele que Segunda -feira da Páscoa havia uma grande feira no largo.

Nessa feira vendia-se de tudo, desde animais domésticos a alfaias agrícolas.

A  atravessar o largo havia um rego de água, que servia para regadio dos campos. Antigamente na região eram criados

e vendidos muitos cavalos e burros . Então os vendedores que apareciam na feira, para mostrar se os animais eram bons, galopavam e obrigavam os cavalos a saltar o rego de água.Assim via-se se eles tinham força nas pernas.

As pessoas gostavam de ver; aplaudiam e os compradores faziam as suas escolhas"(Joaquim Coelho)

Hoje como já referi corre-se pela vitória, já não se salta para mostrar equídeos.

E aqui deixo mais uma tradição da minha terra--uma freguesia do Concelho de Oliveira de Azeméis, LOUREIRO

 

 

publicado por miilay às 11:02

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